A Visão de Albert Pike sobre a Maçonaria: Além do Velho e do Comum

Albert Pike, uma das figuras mais influentes e prolíficas da Maçonaria moderna, especialmente no Rito Escocês Antigo e Aceito, legou uma visão profunda e multifacetada da Ordem, sintetizada em sua obra magna, “Moral e Dogma”. Para Pike, a Maçonaria transcende em muito o papel de uma mera associação social ou filantrópica, sendo, na verdade, um vasto tratado de filosofia esotérica e um caminho para o aprimoramento humano e espiritual.

Maçonaria como Filosofia e Busca pela Luz

Pike concebia a Maçonaria não apenas como uma associação fraternal ou social, mas como uma “marcha e uma luta em direção à Luz”. Em sua perspectiva, ela é a “interpretação do grande livro da natureza”, um repositório da mais pura filosofia e das “grandes verdades da revelação primitiva” que formam a base de todas as religiões. Ele argumentava que a Maçonaria, quando adequadamente explicada, é um local de depósito onde essas verdades são mantidas em segurança.

Contudo, essa “ciência” ou “filosofia” é velada. Pike acreditava que a verdadeira Maçonaria oculta seus segredos dos “profanos”, utilizando explicações falsas e interpretações equivocadas de seus símbolos para desorientar aqueles que não estão preparados para a verdade profunda. A “verdadeira explicação é reservada aos Adeptos, os Príncipes da Maçonaria”, que, através de estudo e reflexão, conseguem penetrar os véus da alegoria e do simbolismo. Essa visão o conecta diretamente a tradições antigas como a Cabala, o Hermetismo e a Alquimia, que também guardavam seus ensinamentos sob múltiplas camadas de significado.

Princípios Universais e Aplicação Prática

Apesar de sua profundidade filosófica, a visão de Pike é eminentemente prática. A Maçonaria, em sua essência, busca o “melhoramento físico, moral e intelectual e aprimoramento espiritual dos indivíduos e da sociedade”. Ela não se intromete nas crenças religiosas particulares, mas estabelece princípios universais que todos os homens civilizados podem abraçar. A tolerância é um dos mais altos deveres, um culto no qual homens de diferentes credos podem se unir, sem a necessidade de converter ou ser convertido.

Pike enfatiza a Liberdade, Igualdade e Fraternidade como a “tríplice herança” que a Maçonaria busca promover, não por meio de conspirações ou revoluções violentas, mas através do esclarecimento e da elevação moral do povo. Ele ressalta que o “TRABALHO” é a sua “apoteose”, um meio de aperfeiçoamento humano, onde cada Maçom deve ser um “soldado da Verdade e da Lealdade”, defendendo a pureza, a inocência, e socorrendo os oprimidos. O dever, a honra, a justiça, a generosidade e a benevolência são qualidades que devem guiar a vida de um Maçom, transformando sua existência diária em um ato contínuo de serviço à humanidade e a Deus.

O Papel do Simbolismo e do Estudo Contínuo

A metodologia de Pike para a compreensão maçônica é profundamente simbólica e alegórica. Ele via nos rituais, nas lendas e nos emblemas da Maçonaria (como o Compasso, o Esquadro, a Estrela Flamejante, a Balança e a Cruz) não apenas representações de verdades morais, mas chaves para o conhecimento mais elevado. O estudo e a reflexão são cruciais, pois os símbolos “mais precisamente ocultam do que revelam a Verdade”, indicando-a e permitindo que o iniciado descubra seus múltiplos significados através da investigação pessoal.

Em suma, a visão de Albert Pike sobre a Maçonaria é a de uma Ordem com um propósito grandioso e contínuo: a incessante busca pela verdade, o aperfeiçoamento do homem em todas as suas dimensões e a construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa, baseada em princípios universais de moralidade e sabedoria. É um chamado à ação, à virtude e à busca incessante pela Luz, transformando o indivíduo e, por extensão, o mundo.

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